domingo, 20 de outubro de 2019

A Crença em Deus (Parte 2 de 3)

Todos os louvores são para Allah, o Exaltado e que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre Seu Profeta Muhammad (Sallallahu Alaihi wa sallam), sua família e Companheiros e todos aqueles que os seguem até o Dia da Ressurreição.

Descrição: Os dois primeiros aspectos sobre o que a crença em Deus significa, nominalmente, crença em Sua existência e crença em Sua Suprema Senhoria.

Crença em Deus no Islam consiste de quatro questões:

(I) Crença na existência de Deus.

(II) Deus é o Senhor Supremo.

(III) Deus somente é merecedor de adoração.

(IV) Deus é conhecido pelos Seus Mais Belos Nomes e Atributos.


(I) Crença na Existência de Deus

A existência de Deus não requer prova através de argumentos científicos, matemáticos ou filosóficos. A Sua existência não é uma ‘descoberta’ a ser feita pelo método científico ou teorema matemático a ser provado. Falando de forma simples, o mero bom senso testemunha a existência de Deus. De um navio se conhece o construtor do navio, do cosmos se conhece o seu Criador. A existência de Deus também é conhecida pelas respostas às orações, milagres dos profetas e o ensinamento de todas as escrituras reveladas.

No Islam, o ser humano não é visto como uma criatura pecaminosa a quem a mensagem do Paraíso é enviada para curar a ferida do pecado original, mas como um ser que continua a carregar a natureza primordial (al-fitrah), uma impressão em sua alma que repousa enterrada profundamente sob camadas de negligência. Os humanos não nascem pecaminosos, mas esquecidos do que Deus disse:

“Eu não sou o teu Senhor? Eles dizem: ‘Sim, nós testemunhamos.’” (Alcorão 7:172)

Nesse versículo, o “eles” se refere a todos os seres humanos, homens e mulheres. O ‘sim’ confirma a afirmação da unicidade de Deus por nós em nosso estado pré-cósmico. A doutrina islâmica afirma que homens e mulheres continuam a carregar o eco desse ‘sim’ bem no fundo de suas almas. A chamada do Islam é direcionada à essa natureza primordial, que pronunciou ‘sim’ mesmo antes de ter habitado a terra. O conhecimento de que esse universo tem um Criador é algo instintivo no Islam e, portanto, não requer prova. Os cientistas, como Andrew Newberg e Eugene D’Aquili, ambos filiados à Universidade da Pensilvânia e pioneiros em pesquisa neurológica da religião, dizem “Nós somos conectados por Deus.”[1]

O Alcorão Sagrado diz retoricamente:

“Pode haver qualquer dúvida sobre Deus, o Criador dos céus e da terra?” (Alcorão 14:10)

Alguém pode perguntar, ‘se a crença em Deus é natural, então por que algumas pessoas não têm essa crença?’ A resposta é simples. Todo ser humano tem uma crença inata em um Criador, mas essa crença não é resultado de aprendizado ou pensamento dedutivo pessoal. Com a passagem do tempo, influências externas afetam essa crença inata e confundem a pessoa. Então, o ambiente e a educação colocam um véu sobre a natureza primordial em relação à verdade. O Profeta do Islã, que Deus exalte todos, disse:

“Toda criança nasce em estado de fitrah (crença natural em Deus), então seus pais o tornam um judeu, um cristão, ou um mago." (Saheeh Muslim)

Freqüentemente esses véus são removidos quando um ser humano é confrontado com uma crise espiritual e fica desesperançado e vulnerável.

(II) Deus é o Senhor Supremo

Deus é o único Senhor do céu e da terra. Ele é o Senhor do universo físico e o Legislador para a vida humana. Ele é o Mestre do mundo físico e o Governante dos assuntos dos homens. Deus é o Senhor de cada homem, mulher e criança. Historicamente, apenas uns poucos negaram a existência do Senhor, o que significa que através dos tempos as pessoas têm, em sua maioria, acreditado em um Único Deus, um Ser Supremo, um Criador sobrenatural. Que Deus é o Senhor implica especificamente nos seguintes significados:

Primeiro, Deus é o único Senhor e Governante do mundo físico. Senhor significa que Ele é o Criador, Controlador, e Dono dos Reinos dos céus e da terra; eles pertencem exclusivamente a Ele. Somente Ele traz existência de não-existência, e toda a existência depende Dele para sua conservação e continuação. Ele não criou o universo e o deixou seguir seu próprio curso de acordo com leis fixas cessando, portanto, de ter qualquer interesse posterior nele. O poder do Deus Vivente é requerido a todo momento para sustentar todas as criaturas. A criação não tem Senhor além Dele.

“Dize [Ó Muhammad]: ‘Quem vos dá sustento do céu e da terra? Ou quem tem poder sobre a audição e a visão? E quem faz sair o vivo do morto e faz sair o morto do vivo? E quem administra a ordem?’ Eles dirão: ‘Deus.’ Dize: ‘Então não temeis a punição de Deus [por estabelecer rivais com Ele]?’” (Alcorão 10:31)

Ele é o eterno Rei e o Salvador, o Deus Amoroso, cheio de sabedoria. Ninguém pode alterar Suas decisões. Anjos, profetas, seres humanos, e os reinos animal e vegetal estão sob Seu controle.

Segundo, Deus é o único Governante dos assuntos dos homens. Deus é o Legislador supremo,[2] o Juiz Absoluto, e Ele distingue o certo do errado. Assim como o mundo físico se submete ao seu Senhor, os seres humanos devem se submeter aos ensinamentos morais e religiosos de seu Senhor, o Senhor que separa o certo do errado para eles. Em outras palavras, apenas Deus tem autoridade para fazer leis, determinar atos de adoração, decidir questões morais e estabelecer padrões de comportamento e interação humanos. Dele é o comando:

“Verdadeiramente, Dele é a criação e o comando; abençoado seja Deus, o Senhor dos mundos.” (Alcorão 7:54)

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[1] “Why God Won’t Go Away”. Science and the Biology of Belief, p. 107.

[2] A existência de Deus provada pela existência de um Legislador supremo é chamada de argumento ‘ético’ pelos teólogos ocidentais.


Por IslamReligion.com

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