segunda-feira, 8 de maio de 2017

O Terrorismo e a "Media"

Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso.

O terrorismo, e antes disso, o fundamentalismo, são mitos criados de forma sistemática por alguns intelectuais ocidentais, com o objectivo de pintar os muçulmanos, transmitindo assim uma imagem de gente violenta e primitiva, que não se ajusta no desempenho de qualquer papel na arena mundial. 

Estes intelectuais têm na “media” um agente instrumental para as suas políticas. E é este agente que se esforça por projetar os muçulmanos e o Islam como uma religião violenta, tudo isto na tentativa de reduzir o interesse no Islam por parte da sociedade ocidental que atualmente conhece uma acentuada decadência moral. Tenta projetar o ateísmo, o laicismo e a concorrência como um sistema de vida nas sociedades islâmicas, isto para levar os muçulmanos a adotarem o materialismo com todos os seus atributos de agressividade e competição. E enquanto por um lado denuncia o terrorismo por outro vai-o incitando, como um sistema e motivo real do comportamento político no mundo islâmico.

Devemos compreender o real papel e os objetivos atuais da “media”. Ela é uma instituição bem integrada nos interesses nacionais das sociedades democráticas ocidentais. A “media” colhe as suas normas dessas instituições, que são responsáveis principalmente na montagem da agenda e mecanismos de controlo do processo de formação do programa político. O que eles agora conseguem alcançar através da “media”, nas décadas primitivas era feito através de intervenções militares e engajamento nos campos de batalha tradicionais. Portanto, o objectivo político é o mesmo, a táctica de domínio é que mudou.

A “media” internacional seleciona eventos invulgares das sociedades islâmicas sob várias formas, e tira-os do seu contexto, apresentando-os de uma forma que os menos atentos se convençam que estão perante a mais absoluta verdade. É muito comum ouvir os agentes influentes da “media” a aplicarem as suas pré-concebidas noções sem consideração aos valores islâmicos, para interpretarem os eventos e as imagens de forma a enquadrarem-nos no seu programa político.

Dotados de uma habilidade invulgar, a maior parte dos peritos na “media” apelidam o Islam e os muçulmanos de terroristas e fundamentalistas. Mas se formos ver na prática e historicamente, esses títulos aplicam-se aos outros, que não são muçulmanos. E exemplos disso, há-os, e muitos. Por exemplo, depois do colapso da União Soviética e dos regimes comunistas, os mitologistas ocidentais precisavam obsessivamente de inventar uma nova “ameaça”, para garantir a sobrevivência do seu sistema político de vida e do sistema econômico. Assombrosamente suficiente, os fazedores do programa político ocidental e a “media” encontraram o Islam e os muçulmanos como um “stock” pronto e disponível para o seu consumo.

Mas porquê os muçulmanos terroristas? Será que o terrorismo e o Islam se correlacionam?
Com noções pré-concebidas, alguns jornais trazem títulos descrevendo histórias sobre gente que ostenta nomes árabes. Reportam alegados casos de alguma violência por eles praticados, e logo apelidam tais práticas de “terrorismo islâmico”. Porém, na realidade os muçulmanos é que são as vítimas do terrorismo organizado por essas organizações, e até mesmo por Estados, mas mesmo assim os planeadores estratégicos consideram-nos “ameaça” à ordem mundial. Quem ganha com tudo isso? Só podem ser algumas economias e sistemas políticos, pois com isso avolumou-se nos seus cofres a receita da venda de armas.

Mostram alguns locais selecionados no mundo islâmico, como mesquitas e madrassas, onde os crentes reavivam as práticas morais e espirituais da fé islâmica. Enquanto uns vão perdendo os seus valores estando as suas sociedades em decadência, desconsideram e desrespeitam a religião islâmica, em contrapartida os crentes muçulmanos, nas suas orações diárias enviam bênçãos de Deus para o Profeta Abraão, creem e têm um respeito profundo para com Moisés e Jesus (que a paz esteja com todos eles).

Os fazedores do programa político ocidental não desejam ver os valores islâmicos como um
sistema de vida a ser introduzidos em qualquer parte do Globo, até mesmo nos países predominantemente islâmicos. Eles orgulham-se pelos seus sistemas políticos, econômicos e culturais, e querem impô-los aos outros. Apesar de não serem praticantes da sua religião, defendem a sua fé e seus interesses.

A “media” moderna protege os seus objetivos políticos, sociais e econômicos. E considera o
sistema de vida dos muçulmanos como uma fraude, tomando isso como objectivo para a zombaria e a caricaturização. A “media” é um grande poder nos assuntos mundanos, esperando de todos a aderência aos seus padrões e regras de jogo. E quando os muçulmanos não aderem ao seu jogo, são conotados de radicais, terroristas, bárbaros, gente não-civilizada e muitos outros nomes que só existem nos seus dicionários.

Ao utilizarem esses termos, o seu objectivo é distrair as pessoas dos verdadeiros problemas
enfrentados pelas suas sociedades, criando problemas fictícios para ocupar as massas em assuntos de pouca importância às políticas domésticas. Nelson Mandela, o preso político mais famoso dos últimos tempos, que veio mais tarde a ser Presidente da RSA, durante o tempo em que lutava pela igualdade racial no então País do Apartheid, foi colocado na lista de terroristas, mas mais tarde atribui-se-lhe o Prêmio Nobel da Paz devido à sua luta.

Se analisarmos os padrões próprios da “media” no desenvolvimento da fantasia e cenários
imaginários, descobriremos discrepâncias fundamentais em situações reais. Ao longo dos anos, protestantes e católicos digladiaram-se na Irlanda do Norte, mas alguma vez se ouviu chamar a estes ativistas cristãos, de terroristas? Não! Mas aos muçulmanos que praticam qualquer ato violento, apelidam-nos logo de “terroristas islâmicos”, e hoje as pessoas acreditam mais na “media” do que na religião. Os muçulmanos não são terroristas, e o terrorismo não tem religião. O Islam condena terminantemente todos os atos de terrorismo, de matança de inocentes, de velhos, e crianças, e recomenda que se protejam os locais de culto.


Peritos internacionais da “media” gozam da liberdade de expressão e integridade profissional em assuntos que eles reivindicam ter superioridade, O que claramente lhes falta são os padrões do bem e o trabalho num critério preciso para avaliar o julgamento e a responsabilidade profissional.

Quando os jornalistas ocidentais querem refletir sobre o Islam, as suas discussões estão confinadas às suas noções pré-concebidas, pois para eles os muçulmanos devem ser encarados como radicais, extremistas e terroristas, e não gente de conhecimento, paz e compreensão. Eles gostam de discutir assuntos acerca dos quais têm pouca compreensão ou nem têm conhecimento. Em assuntos de vital importância dos muçulmanos a “media” deve consultar teólogos islâmicos, e daí aprenderem mais sobre o Islam, a partir de fontes autênticas.

Devemos desenvolver a coexistência e a tolerância, reconhecendo que apesar das diferenças religiosas e culturais, e das heranças tradicionais, cada um de nós é antes de mais nada, um membro da família humana, e por isso deve gozar dos mesmos direitos fundamentais. Os que praticam o terrorismo, seja qual for a sua religião, são criminosos, pelo que devem ser presos e severamente punidos, assim como consta no Al-Qur’án. A melhor forma de combater o terrorismo, é respeitar as liberdades fundamentais e aplicar a justiça no Mundo.



Author' name
Aminuddin Muhammad
Revisão: Mubin Fakir

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