Louvado seja Allah. Nós O louvamos, pedimos Sua ajuda e diretriz. Pedimos
refúgio junto a Ele contra os malefícios das nossas almas e as maldades das nossas
ações. A quem Allah encaminhar ninguém pode desviar e a quem desviar ninguém
pode colocá-lo no caminho certo. Prestamos testemunho de que não há outra
divindade além de Allah, Único, sem parceiros, nada é comparável a Ele, e nada é
impossível para Ele. Ele é antigo, sem ter começo, perene, sem ter fim, nunca perece,
e só acontece o que Ele quer. Vivente, Subsistente, nada é igual a Ele e é o
Oniouvinte, o Onividente. Prestamos testemunho de que Mohammad é Seu servo e
Mensageiro e preferido. Que Allah o abençoe e lhe dê paz, bem como a seus
familiares, seus companheiros e seus seguidores até o Dia do Juízo Final.
Prezados irmãos e irmãs muçulmanos:
Falamos já sobre dois aspectos do Islam: sobre a sua universalidade e conduta,
e a sua relação com as outras religiões. Hoje vamos falar do terceiro aspecto: Quem
se preocupa com o Islam?
O mundo atual desconhece muitas coisas a respeito do Islam. Só conhece o
aspecto distorcido, de que o Islam é a religião do terrorismo. Muitos muçulmanos,
aqui no Brasil, se envolveram com o comércio e não se importaram em divulgar o
Islam. Alguns deles acham que a responsabilidade da divulgação do Islam cabe aos
cheiques.
Se examinarmos o Islam no Brasil verificamos que algumas estatísticas
afirmam que há mais de cem mesquitas e locais de orações; que temos 40 cheiques
aproximadamente, alguns formados em faculdades e universidades de Chari’a, outros
não terminaram o curso fundamental em teologia, porém, com a prática, tornaram-se
cheiques.
Se os dividirmos pelo número das mesquitas, verificamos que é impossível que
eles, sozinhos, consigam desempenhar essa tarefa, ou seja, a divulgação do Islam. A
divulgação da religião islâmica é tarefa de todo muçulmano no Brasil. Allah irá
questionar a cada um de nós a respeito do que apresentamos ao povo brasileiro a
respeito do Islam. O que apresentamos aos nossos filhos, aos nossos familiares e a
nós mesmos a respeito do Islam. Com quantas pessoas os comerciantes têm contato
diariamente? Se fizermos uma operação matemática iremos verificar que alguns
muçulmanos vivem nesse país há mais de 50 anos. Se durante os cinqüenta anos cada
comerciante encontrou-se com um milhão de brasileiros, Allah irá questioná-lo o que
ele disse a eles a respeito do Islam.
Conseguimos divulgar nesse país a cultura alimentar apenas: o “quibe” e a
“esfiha”. Divulgamos a cultura de arguile e das danças folclóricas. Porém, onde está
a cultura religiosa? Onde estão as nossas grandes instituições islâmicas no Brasil
quanto à divulgação do Islam? Onde está a nossa biblioteca islâmica. Ela está muito
pobre ainda. Não temos uma só revista que fale do Islam. As revistas existentes
transformaram-se em revistas sociais que falam de fulano e beltrano, ou sobre um
casamento, ou de tal presidente. E não há força nem poder a não ser em Allah.
Um muçulmano americano, num dos congressos dos muçulmanos dos Estados
Unidos, disse: “Allah irá questioná-los, no Dia da Ressurreição, por que meu pai
morreu ainda incrédulo.” O Profeta (S) disse para Ali Ibn Abi Tálib (R), na
campanha de Khaibar: “Convoca os judeus para testemunharem de que não há outra
divindade além de Allah e que Mohammad é o Rassulullah. Por Allah, se Ele
orientar um só deles será preferível para você a tudo que há no mundo.” Deduz-se
disso que a orientação de uma só pessoas é preferível a todas as riquezas que há no
mundo.
Por isso, devemos nos preocupar em orientar as pessoas para o Islam. O
Rassulullah (S) disse: “Quem convocar para uma orientação auferirá a mesma
recompensa de quem ele orientou, sem nada reduzir de suas recompensas. Quem
convocar para um desvio, será culpado da mesma forma de quem o seguir, sem nada
diminuir de nenhum deles.”
É nosso dever transmitirmos o Islam, cada um de acordo com as suas
capacidades. Demonstre o seu amor ao Islam por intermédio da palavra, da
colaboração financeira, de trabalhos voluntários com seu tempo, empenho e idéias.
Desse local, convoco para a criação de um fundo para a divulgação do Islam:
impressão de livros, criação de sites na internet, tradução das nossas grandiosas obras
islâmicas para a língua portuguesa, produção de cds. Isso é considerado caridade
ininterrupta. Que cada muçulmano destine uma parte de seu zakat para esse fim.
Allah, Ta’ála, diz: “Dize: Esta é a minha maneira. Convoco para Allah com
lucidez, tanto eu como aqueles que me seguem. Glorificado seja Allah! E não
sou um dos politeístas” (12:108).
Ensinem aos seus filhos o Islam, façam-nos decorarem o Alcorão. Ensinem-nos
a importância da divulgação do Islam no Brasil. Iluminem os seus lares com a
recordação de Allah, com a recitação do Alcorão. Sejam exemplos efetivos em seus
lares.
Que Allah tenha misericórdia de nós, dos nossos filhos, das nossas esposas e de
todos os muçulmanos. Amém
Mesquita de Guarulhos
15 de Safar, 1429 – 22/02/2008
Sheikh.Khaled Taky El
Din
www.takydin.net
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