terça-feira, 16 de agosto de 2016

Os Últimos Dias de Vida do Rassulullah (S)

Louvado seja Allah. Nós O louvamos, pedimos Sua ajuda e diretriz. Pedimos refúgio junto a Ele contra os malefícios das nossas almas e as maldades das nossas ações. Prestamos testemunho de que não há outra divindade além de Allah, Único, sem parceiros. Prestamos testemunho de que Muhammad é Seu servo e Mensageiro. Que Allah o abençoe e lhe dê paz, bem como a seus familiares, seus companheiros e seus seguidores até o Dia do Juízo Final.

 O Rassulullah (S) retornou da Peregrinação de Despedida, e antes de seu falecimento por nove dias foi revelado o último versículo do Alcorão Sagrado: "E temei o dia em que retornareis a Allah, e em que cada alma receberá o seu merecido, sem ser injustiçada" (2:281).

 A dor começou se manifestar no Rassulullah (S). Ele expressou o desejo de visitar os mártires de Uhud. Quando lá chegou, ele parou perante seus túmulos e disse: "Que a paz esteja com vocês ó mártires de Uhud. Vocês foram primeiro e nós, com a anuência de Allah, iremos segui-los". No caminho de volta, o Rassulullah (S) chorou. Perguntaram-lhe: "O que lhe fez chorar, ó Rassulullah?" Ele respondeu: "Fiquei com saudade dos meus irmãos". Perguntaram-lhe: "Não somos nós seus irmãos?" Ele respondeu: "Não, vocês são os meus companheiros. Os meus irmãos são pessoas que virão depois de mim, acreditarão em mim sem me verem."

 Três dias antes de falecer, a dor começou a aumentar, enquanto estava na casa de Maimuna. Ele pediu: "Reunem as minhas esposas." Quando se reuniram, o Profeta (S) pediu: "Permitam-me que eu trate da minha enfermidade na casa de Aicha?" Responderam: "Todas nós permitimos, ó Rassulullah". Ele tentou se levantar, mas não conseguiu. Ali Ibn Abi Tálib (R) e Al Fadhl Ibn Al Abbas (R) carregaram-no e o levaram do aposento de Maimuna para o aposento de Aicha. Os companheiros viram pela primeira vez o Profeta sendo carregado. Eles se reuniram e começaram se perguntar: "Que aconteceu ao Rassulullah?" As pessoas começaram lotar Mesquita. O Rassulullah (S) começou a soar cada vez mais. Aicha (R) disse: "Durante a minha vida nunca vi alguém suar tanto." Ele pegou a mão do Rassulullah (S) e esfregou o suor com a mão dele. (por que ela fez aquilo? 

Aicha disse: "A mão do Rassulullah é mais suave e mais generosa do que a minha. Por isso a utilizei para remover o suor e não utilizei a minha (em respeito ao Profeta). Aicha continua: "Eu o ouvi dizer: 'Não há outra divindade além de Allah. A morte tem suas angústias. Não há outra divindade além de Allah. A morte tem suas angústias." As vozes na mesquita começaram a se elevar. O Profeta (S) perguntou: "O que é isso?" Aicha disse: "São as pessoas que estão preocupados consigo, ó Rassulullah." Ele disse: "Carregam-me." Ele tentou se levantar e não conseguiu. Eles derramaram sete vasilhas de água para o despertar. Eles carregaram o Profeta e o colocaram no púlpito.

 Foi o último sermão do Rassulullah (S)

 O último sermão do Rassulullah (S), as últimas palavras e a última prece dele foram: "Ó gente. Parece que estão preocupados comigo." Disseram: "Sim, ó Rassulullah." Ele continuou: "Ó gente, o seu encontro comigo não será nesse mundo. Será na cisterna, por Allah. É como se eu o estivesse vendo daqui. Ó gente, por Allah, não temo por vocês a pobreza, mas temo que se digladiem pelos atrativos do mundo, como fizeram os que antecederam a vocês, e perecem como eles pereceram." Então, disse: "Ó gente, devem cuidar da oração, devem cuidar da oração." Ele continuou repetindo a mesma frase muitas vezes. Então disse: "Ó gente, cuidem bem das mulheres, cuidem bem das mulheres." Disse. Ainda: "Ó gente, Allah deu a um servo o poder de escolha entre esse mundo e o que há com Allah. Ele escolheu o que há com Allah." Ninguém entendeu quem era o servo que ele citou. Era ele próprio. Allah lhe deu o poder de escolha. Ninguém entendeu a não ser Abu Bakr Assidik. Os companheiros costumavam fazer silêncio total quando o Rassulullah (S) estava falando. Quando Abu Bakr ouviu as palavras do Rassulullah, não conseguiu se segurar, e o seu choro se elevou. Do meio da mesquita ele cortou as palavras do Rassulullah e começou a dizer: "Nós o resgatamos com os nossos pais, ó Rassulullah, resgatamos com as nossas mães, com os nossos filhos, com as nossas esposas, com os nossos bens." Ele começou repetir aquilo. As pessoas ficaram olhando com censura para Abu Bakr por ter interrompido o sermão do Rassulullah. Ele disse: "Ó gente, eu retribui os favores que devia a todos vocês menos a Abu Bakr que não consegui fazê-lo. Deixei a sua retribuição a cargo de Allah, exaltado seja. Todas as portas da mesquita podem ser trancadas, menos a de Abu Bakr que nunca pode ser trancada."

 Ele, então, começou a fazer prece por eles, dizendo: "Que Allah os observe, que Allah os proteja, que Allah os fortaleça, que Allah os apóie, que Allah os conserve." As suas palavras finais, antes de descer do púlpito, foram: "Ó gente, transmitam a minha saudação aos que me seguirão até o Dia da Ressurreição." Então, foi levado de volta para o seu aposento.

 Abdel Rahman Ibn Abu Bakr foi visitá-lo e estava com um siwak na mão. O Profeta ficou olhando para ele sem poder lhe dizer que queria utilizar o siwak. Aicha disse: "Percebi, de seus olhares, que ele queria utilizar o siwak. Peguei-o da mão do homem e coloquei na minha boca para suavizá-lo e dei-o a ele. A minha saliva foi a última coisa que entrou na boca do Profeta." Ela continuou: "Foi da graça de meu Senhor para comigo que Ele reuniu a minha saliva e a saliva do Profeta antes dele falecer." 

Então, a filha do Profeta, Fátima, entrou chorando. Ela chorou porque quando ela entrava no aposento do Rassulullah, ele se erguia e a beijava entre os olhos. Dessa vez, porém, ele não conseguiu se erguer. Ele lhe disse: "Chegue perto de mim, ó Fátima." Ele, então, cochichou-lhe no ouvido, o que a fez chorar. O Rassulullah lhe disse novamente: "Chegue perto de mim, ó Fátima." Então, cochichou-lhe novamente no ouvido. Ela, então, sorriu. Após o falecimento do Rassulullah (S) foi perguntado a Fátima o que o Profeta havia cochichado e ela chorou e o que ele cochichou que a fez rir? Ela respondeu: "A primeira vez ele me disse iria morrer naquela noite. Por isso, chorei. Quando me viu chorar, me disse que eu seria a primeira a segui-lo. Por isso, ri."

 O Rassulullah pediu: "Me deixem sozinho." E disse: "Chega perto de mim, ó Aicha." Então, encostou-se no peito de sua esposa, Aicha. Ela disse: "Ele ergueu a mão para o alto e disse: "Prefiro a companhia do Elevadíssimo Companheiro. Prefiro a companhia do Elevadíssimo Companheiro." Ela compreendeu, pelas suas palavras, que estava sendo lhe dado o poder de escolha entre a vida terrena e a companhia do Elevadíssimo Companheiro.

 O Anjo Gabriel foi ter com o Profeta e lhe disse: "O anjo da morte está à porta e pede licença para entrar. Ele não pede licença a ninguém antes de você." O Profeta deu autorização. O anjo da morte entrou e disse: "Que a paz esteja consigo, ó Rassulullah. Fui enviado por Allah para lhe dar o poder de escolha entre permanecer no mundo ou ir para junto de Allah." O Profeta respondeu: "Prefiro a companhia de Allah." O anjo da morte se postou perante a cabeça do Profeta (como fará em relação a todos nós) e disse: "Ó Alma pura, alma de Muhammad filho de Abdullah, saia para auferir a satisfação de Allah, de um Senhor satisfeito e não zangado." 

Aicha conta: "A mão do Profeta caiu e a sua cabeça ficou mais pesada sobre o meu peito. Por isso, soube que ele havia morrido." Disse mais: "Não sabia o que fazer. Vi-me sair de meu aposento e entrar na mesquita onde estavam os companheiros. Disse que o Rassulullah havia morrido. A mesquita explodiu em choro. Ali Ibn Abi Tálib sentou pela terrível notícia. Osman esfregava as mãos como criança. Omar Ibn Al Khattab ameaçava matar quem dissesse que o Rassulullah havia morrido. Dizia que o Rassulullah havia ido encontrar-se com o seu Senhor, como o fez Moisés. A pessoas mais firme era Abu Bakr (R). Ele entrou no aposento do Profeta, abraçou-o e disse: "Ó meu amigo, ó meu irmão, ó meu pai", e beijou o Profeta, dizendo: "Puro durante a vida e puro mesmo morto." Abu Bakr saiu e disse para as pessoas: "Quem de vocês adorava a Muhammad, ele está morto. Quem adorava a Allah, que fique sabendo que Ele está Vivo e não morre." Então, saí à procura de um local p Prefiro a companhia do Elevadíssimo Companheiro ara ficar sozinha e chorar.

 Esse foi o final. Quem ouviu essa narrativa e sentiu o amor pelo Profeta, ele deve cumprir quatro exigências: 

1. Evocar muita paz e graça de Allah para o Profeta. Que Allah o abençoe e lhe dê paz e bênção, bem como a seus familiares e seus companheiros. 
2. Visitar a sua cidade 
3. Seguir o seu método 
4. Estudar a sua biografia 

 Faz as quatro coisas e se sentirá que o amor ao Profeta transforma o seu coração. Ele passará a ser mais amado para você do que o seu filho, os seus bens, a sua família, a mais querida de todas as pessoas. Peço a Allah, abençoado e exaltado seja que nos faça reunir aos companheiros do Profeta (S) no Jardim do Eden.

 Wassalamu Alikom Warahmatullahi wabarakátoh. 

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