quinta-feira, 14 de julho de 2016

O uso do Véu (Hijab) no Islam e no Cristianismo

BismilLahi Ar-Rahman Ar-Raheem (بسم الله الرحمن الرحيم)
"Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso"

Islâmismo

Hoje em dia e em muitas sociedades, particularmente no Ocidente, a mulher pode andar semi-nua em público, nadar só com o biquíni, servir em bares e clubes, fumar, beber, dançar em discotecas e ter relações sexuais com qualquer um que lhe apeteça. Ela pode até servir gratuitamente uma prostituta ao namorado e é livre de assassinar a sua criança, caso engravide. Pode ainda competir no mundo dos negócios, usando o seu corpo para promover produtos comerciais. E no final de tudo isso, ela será tida e vista como uma mulher verdadeiramente "livre".

Repare que a capa de qualquer revista ou anúncio publicitário, descobre-se que a maioria deles apresenta mulheres pouco vestidas e em poses provocantes, a fim de atrair a atenção dos homens. Isso prova que a sociedade Ocidental considera a mulher somente como um símbolo sexual. No entanto, a libertação da mulher no Islam é muito mais séria, nobre e dignificada, ao contrário das sociedades chamadas "modernas", onde as mulheres são tratadas como não mais do que um objeto sexual. Hoje em dia, é muito fácil condenar as leis islâmicas no Ocidente, que protegem a pureza de propósito e a mistura de sexos em todos os níveis da sociedade.

No Islam, a libertação da mulher é muito superior comparando à ocidental, pois lhe permite viver com respeito, dignidade, honra e igualdade na sociedade. Igualdade não significa parecer ou comportar-se como o homem ou dançar para seus ritmos carnais; isso seria um ato de inferioridade face à feminilidade da mulher.

A mulher verdadeiramente livre sempre se veste com decência e modéstia. Uma verdadeira mulher nunca degrada o seu corpo nem vende a sua dignidade pela maior oferta que seja. Nenhuma mulher é verdadeiramente livre, se ainda for escrava de sua consciência caprichosa, luxo corporal ou infidelidade.

No Islam, se a mulher é mãe, esposa, irmã ou filha, comanda respeito e tem um papel construtivo na sociedade.

O próprio Hijáb confere uma aura de liberdade feminina, facilitando a movimentação dela e protegendo-a da provocação e ganância indesejável dos lobos humanos. Remover o Hijáb torna a mulher vulnerável à luxúria dos homens. Ao remover o Hijáb, a mulher está a destruir a sua fé. Islam significa submissão a Deus em todos os nossos atos; aqueles que a recusam não podem ser chamados muçulmanos. Allah diz no sagrado Alcorão:

"Diz (ó Muhammad) aos crentes (homens) que baixem os seus olhares e conservem os seus sexos; isto é mais puro para eles. Deus está informado de tudo aquilo que fazem. E diz (ó Muhammad) às crentes (mulheres) que baixem os seus olhares e conservem os seus sexos; e não mostrem os seus adornos além daquilo que aparece necessariamente. E que baixem seu véu sobre os seios e não exibam seus adornos senão aos maridos, seus pais (incluindo os avós paternos e maternos), seus sogros, seus filhos (incluindo os netos), seus enteados, seus irmãos (incluindo meio-irmãos), aos filhos de seus irmãos, ou aos filhos de suas irmãs, às mulheres (muçulmanas e outras de boa conduta), aos seus escravos, seus criados isentos de desejo sexual (eunucos), ou às crianças que não descobriram a nudez da mulher. Que não agitem seus pés, para que não chamem a atenção sobre seus atrativos ocultos. Ó crentes! Voltai-vos todos arrependidos a Allah, a fim de que vos salveis." (Al-Qur'án 24: 30-31)

Definição de Hijáb

Há muitas mulheres que falham em compreender o verdadeiro significado de Hijáb. Tecnicamente, esta palavra significa "cobertura".

O Islam deseja a preservação da tranqüilidade social e paz familiar. Para tal, é necessário que as mulheres se cubram, baixem os olhares e guardem a modéstia na sua interação com os homens que elas não tenham parentesco, de acordo com as normas islâmicas. Basicamente, a vestimenta da mulher deve cobrir todo o corpo, exceto as mãos (palmas e dedos) e os pés. O cabelo e a face não devem ser expostos, pois o Islam considera-os metade da beleza da mulher. O Hijáb pode ser de qualquer forma ou cor, uma única peça ou um conjunto de peças, desde que não seja transparente nem apertado de forma que mostre os contornos do corpo; não deve atrair a atenção das pessoas.

A Necessidade do Hijáb

As conseqüências perigosas da cultura ocidental quanto à nudez e permissividade estão bem claras. Deve-se pensar e refletir com muita cautela antes de imitar cegamente o estilo de vida ocidental. Por exemplo, se colocarmos carne fresca à disposição, sem qualquer cobertura, e os cães comerem-na, a culpa será dos animais ou da carne destapada? É óbvio que o problema estará na carne destapada, pois se a mesma estivesse conservada na geleira ou mantida constantemente tapada, nada disso teria acontecido. Da mesma forma, se a mulher cobrir convenientemente o seu corpo, assim como ditam as regras do Hijáb, e demonstrar a sua modéstia, muitos desastres e imoralidades poderão ser evitados.

Certa vez, quando questionaram ao líder duma quadrilha de violadores, este respondeu:
"A mulher possui a arma da sedução; é ela quem reduz o seu vestuário, coloca o perfume, a maquiagem e sai à rua dessa forma. Coloca à disposição de todos o seu peito, as costas, os ombros e as coxas, vestindo mini-saias, por vezes ainda com rachas, e blusas transparentes ou peças apertadas. Depois segue-se o olhar, o sorriso, a conversa e o encontro. Por fim, surge o crime e encontramos um juiz sem piedade, que nos condena a 65 anos de prisão!"

De acordo com um estudo publicado recente-mente em Washington, aproximadamente 1.900 mulheres são violentadas diariamente nos EUA, o que pinta um quadro muito pior em relação aos anúncios feitos pelos representantes do departamento de Justiça desse país. O Centro Nacional de Vítimas, que promove o direito das vítimas de crimes violentos, afirmou que 1,3 mulheres adultas são violentadas a cada minuto e 683.000 mulheres americanas são violentadas todos os anos, baseando-se num questionário aplicado a mais de 4.000 mulheres, incluindo 579 vítimas de estupro. Uma em oito mulheres americanas adultas foi violentada, perfazendo um total de pelo menos 12,1 milhões de vítimas de estupro. (Reuters)

Objeções sem Fundamento Contra o Hijab

A) Aprisiona a Mulher

Aquele que sente que o Hijáb aprisiona a mulher, não deveria viver dentro duma casa, pois esta se assemelha muito mais a uma prisão do que o Hijáb; com o Hijáb, a pessoa pode sair à vontade de casa.

B) Subordina a Mulher

De fato, a cultura que promove a nudez leva as pessoas próximo à cultura animal. Pelo contrário, o Hijáb liberta a mulher da armadilha da moda ocidental e suas respectivas doenças; ao invés de menor, dá à mulher uma maior liberdade e mobilidade.

C) Porque apenas para a Mulher?

A ciência confirma que a estimulação visual tem papel predominante no psicológico dos homens, comparado às mulheres. O fato da indústria sexual ocidental alvejar principalmente o mercado masculino e, os próprios homens assim como as mulheres, todos provam essa realidade.

D) Vítimas de Radicalização

Algumas muçulmanas vêm com desculpas que os não-muçulmanos troçam delas quando observam o Hijáb e que se sentem degradadas por isso. Eles podem rir por um curto período, mas após algum tempo, não terão outra escolha senão respeitar as mulheres muçulmanas que observam o Hijáb com disciplina e que não se abalam com brincadeiras irracionais (a não ser que estejam interessadas em participar nessas brincadeiras). Devemos lembrar-nos do conhecido ditado: "Ri melhor quem ri por último!"

E) A Beleza deve ser Apreciada

Correto, mas apenas pelo marido. Portanto, a mulher que realmente ama o seu marido, jamais desejará expor o seu corpo aos demais, o que faz com que o marido venha a compartilhar com os outros aquilo que deveria ser exclusivamente para si; certamente que isto não pode ser chamado amor.

Vantagens e Desvantagens

Ao observar o Hijáb, a mulher usufrui das seguintes vantagens:

a) Confiança na participação social como ser humano e não como objeto sexual;

b) Defende-se contra os olhares luxuriosos dos homens;

c) Não desvia a atenção das pessoas, quer em trabalhos sociais ou outros lugares;

d) Aumenta o caráter moral da sociedade.

Pelo contrário, quando ela se afasta do Hijáb, depara-se com as seguintes desvantagens:

a) Torna-se alvo fácil de elementos anti-sociais;

b) Causa insegurança e suspeita na mente do marido, acabando por perturbar a harmonia familiar;

c) Instiga os jovens a se desviarem para o caminho da luxúria e da imoralidade;

d) Culmina com o surgimento de divórcios, adultério, estupro e crianças ilegítimas.
Portanto, vê-se claramente que a mulher pode atingir a dignidade pura e experimentar a verdadeira emancipação somente com a observação do Hijáb; abandonando-o, ela não terá sucessos.

O que Dizem as Mulheres de Sucesso

Numa sociedade moderna como a atual, a mulher tem sido vista constantemente como apenas um objeto sexual para o homem. Porque é que alguém deveria mostrar a sua beleza para olhos indesejados? O Hijáb protege a honra da mulher e impede o surgimento da paixão indesejada do sexo oposto. Eu penso que, se universalmente a mulher adaptasse o código islâmico da vestimenta, a taxa de incidentes como provocação, molestação, estupro, etc..., seria quase nula.

Usar o Hijáb dá-me mais confiança em mim como uma mulher e não me obstrui de forma alguma na minha profissão. Sra. Salva I. Rasool, designer.

O anjo da morte disse: "A obediência aos comandos de Deus é melhor do que compaixão pela terra". Inicialmente, eu sentia que seria rebaixada pela sociedade. Mas quando comecei a observar o Hijáb, reconheci que as pessoas não dão tanta importância a isso quanta nós achamos que elas dariam. A forma como eu me sinto próxima de Allah, por obedecer o Seu comando, está para além da minha expressão. Além disso, observar o Hijáb tem criado uma atmosfera de respeito no meu ambiente e tem me possibilitado recordar a Allah com mais freqüência. Sra. S. A. Vakil, dona de casa.

É maravilhosa a forma como as coisas mudaram de noite para o dia, quando comecei a observar o Hijáb. Consigo sentir o respeito à minha volta, as pessoas levam-me mais a sério; na faculdade, os colegas acham o Hijáb bonito e elegante e eu sinto-me protegida e confiante quando estou fora de casa. N. Z. Vakil, estudante de Medicina.

O mais importante ao observar o Hijáb é que proporciona-nos a identidade como muçulmanas. Para, além disso, é mais uma forma de obediência aos comandos de Deus. Observando o Hijáb, as pessoas respeitam-me mais. Deslocar-me na rua ou em algum meio de transporte tem se tornado fácil para mim, mesmo que estejam homens por perto, pois me sinto segura e protegida. Tenho mais confiança e sinto-me mais próxima de Allah. Portanto, considero o Hijáb como uma benção Divina e agradeço a Ele por isso. Reshna Kazi, estudante de Artes.

No momento em que a desmoralização está a aumentar cada vez mais nas sociedades, sinto que toda a mulher deveria aderir ao Hijáb, pois é a única forma dela se proteger e se sentir segura. Shenaz F. Raj, estudante colegial.

Conclusão

O Hijáb é uma das ações mais virtuosas e é um sinal de honra para a mulher, permanecendo como um escudo de proteção contra os homens que tenham intenções malvadas.

Existem muitas muçulmanas que se importam mais em agradar a si mesmas e aos descrentes do que agradar a Allah. Pois não se esqueçam que o objetivo da nossa existência é cultivar amor e afeição para com Allah e Seu Mensageiro.

Como é que poderemos cultivar esse amor enquanto estivermos a desobedecê-Lo? Aqueles que realmente amam a Allah, nada farão que seja contrário aos Seus comandos e o Hijáb é também uma ordem de Deus.

O sagrado profeta Muhammad afirmou que a mulher que não observa propriamente o Hijáb, está arrogantemente a desafiar o comando de Deus.

Certa vez, um Imám disse: "A modéstia é o símbolo da fé e quem não tem modéstia (Hijáb) não tem religião".

Adaptado do folheto "Why Hijab?", da Word Islamic Network (WIN). Mumbay - India


Cristianismo 


O registo da História

Será aqui oportuno darmos uma vista de olhos aos registos da história e da literatura sobre esta tão importante verdade, antes ainda de vermos o que a Bíblia ensina sobre a mesma em 1 Coríntios 11:

Esta verdade não era para ser aplicada APENAS à Igreja em Corinto, como alguns dizem, pois a carta aos Coríntios foi dirigida

“À igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos, com todos os que em todo o lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso” (1 Cor. 1:2).


A prova disso jaz a seguir.


Nas Catacumbas, [conjunto de corredores e compartimentos subterrâneos sob a cidade de Roma onde se escondiam os primeiros Cristãos durante os tempos da perseguição] e outros locais, podem ver-se muitos desenhos nas paredes feitos pelos Cristãos dos primeiros séculos. Nesses desenhos as mulheres têm a cabeça coberta com um véu. 

A história da igreja primitiva testemunha que as mulheres Cristãs de então usavam o véu.

Tertuliano, um líder da igreja que viveu nos anos 160–222 D.C. escreve que não só as mulheres casadas, senão também as virgens usavam o véu nas igrejas que foram estabelecidas na época apostólica.

Tertuliano disse: “Rogo-te, sejas tu mãe, irmã, filha, ou virgem, que cubras a tua cabeça”.


Tertuliano continuou:


“Em toda a Grécia, e algumas das suas províncias bárbaras, a maioria das igrejas mantém as suas virgens cobertas. Na verdade, esta prática é seguida em certos lugares sob o céu Africano".

“Além disso, apontarei como modelos as igrejas que foram fundadas por apóstolos ou homens apostólicos. . . . Os Coríntios compreenderam o que ele disse. Até ao presente os Coríntios cobrem as suas virgens".
O que os apóstolos ensinaram, os discípulos dos apóstolos confirmaram. [Tertuliano, The Veiling of Virgins The Ante-Nicene Fathers [O Véu das Virgens, Os Pais Pré-Niceia] vol. 4 pp 27-29,33].”


Outros líderes da igreja primitiva também defenderam o uso do véu pelas mulheres Cristãs:


Clemente disse que é desejo da Palavra que a mulher ore com a cabeça coberta.
Jerônimo também defendeu a cabeça da mulher coberta com véu.

Agostinho de Hipona, na sua Carta CCXLV, escreveu que as mulheres não devem ter as suas cabeças descobertas uma vez que “o apóstolo ordena às mulheres que cubram as suas cabeças”.

Outro líder Cristão da antiguidade, Crisóstomo, testemunha que também na sua época todas as mulheres o usavam e escreve sobre o assunto na sua Homilia XXVI explicando através de 1 Coríntios 11 como as mulheres se devem cobrir com véu.

Hipólito, um líder da igreja em Roma, por volta do ano 200, compilou um registo de vários costumes e práticas na igreja das gerações que o precederam. O seu Tradição Apostólica contém a seguinte declaração:

“Em resumo, os primeiros cristãos praticavam exatamente o que 1 Coríntios. 11 diz: os homens oravam com as cabeças descobertas. As mulheres oravam com as cabeças cobertas. Ninguém contestava isso, independentemente de onde vivessem - Europa, Médio Oriente, Norte de África ou Extremo Oriente.” [Tradição Apostólica de Hipólito].

Durante a Idade Média, as mulheres Cristãs mantiveram o uso do véu. Estes véus eram bastante grandes. Para se ter uma ideia, o véu tradicional usado pelas freiras católicas romanas baseia-se no estilo de véu usado pela maioria das mulheres Cristãs da Europa na Idade Média.

Algumas das imagens da mulher Cristã cobrindo-se ao longo dos séculos podem ser vistas em The Christian Woman’s Head Covering Through the Centuries.

De facto, o registo histórico é muito claro. Revela que desde a primeira geração de crentes até há pouco menos de 100 anos todos entenderam a cabeça coberta como sendo um véu de pano e NÃO o cabelo comprido, ou outro conceito qualquer.

Tertuliano declarou que mesmo as mulheres que não desejaram seguir o ensinamento de Paulo não alegaram que Paulo se referia ao cabelo longo como sendo o véu. Disse também que ninguém na Igreja primitiva afirmou que as instruções de Paulo eram apenas uma concessão à cultura Grega, dizendo igualmente que ninguém disse que tivessem alguma coisa a ver com prostitutas ou sacerdotisas pagãs - alegações que não passam de meras invenções da igreja moderna, pois não há disso nenhuma evidência histórica; bem pelo contrário.

A antiga cidade de Corinto, com o seu sistema de prostitutas no templo foi destruído em 146 A. C.. Júlio César reconstruiu Corinto cem anos depois. 1 Coríntios foi escrita, 200 anos depois do sistema de prostitutas do templo ter sido destruído, pelo que esse argumento não tem qualquer sentido. O argumento de alguns de que Paulo estaria aqui a defender o uso do véu, circunscrita e circunstancialmente, apenas para não ofender as mulheres que não queriam identificar-se com as prostitutas do templo, não faz, pois, qualquer sentido.

Cobrir a cabeça com véu não foi uma mera prática apenas dos primeiros Cristãos. Pelo contrário, até ao século XX, praticamente todas as mulheres Cristãs usaram uma cobertura para a sua cabeça, ou véu. A partir de então a prática desapareceu gradualmente de muitas igrejas, que deixaram de exigir que as mulheres cobrissem as suas cabeças durante os cultos.

A prática começou a cessar por volta de 1930 e começou a firmar-se em 1950. A partir daí as mulheres tornaram-se neste aspeto cada vez mais decadentes e insolentes na sua postura, mesmo eventualmente não tendo disso consciência.

Quando as mulheres deixaram de cobrir as suas cabeças as primeiras razões que apresentaram foram: "esta é agora a nossa forma de proceder", ou "não nos cobrimos simplesmente porque não nos cobrimos mais". Os seus argumentos eram tão lógicos como dizer, "eu mato, porque mato." Depois ouviram-se razões como, “isso foi lá atrás, naquele tempo e cultura", etc. Tal raciocínio é ilógico, contraditório e desonesto, na melhor das hipóteses, pois ignora completamente o facto de que as mulheres USARAM UNIVERSALMENTE O VÉU até há cerca de cem anos atrás."

O uso de TECIDOS COMO VÉU para cobrir a cabeça em adoração foi, pois, universalmente a prática das mulheres Cristãs até o século XX. O que aconteceu? Será que, de repente, descobriram alguma verdade bíblica para a qual os santos durante milhares de anos estavam cegos? Ou foram antes pontos de vista de mulheres que foram corrompidas pelo movimento feminista moderno que se infiltrou na Igreja de Jesus Cristo?

Entre os reformadores protestantes, a esposa de Martinho Lutero, Katherine, usava véu no culto público e John Knox e João Calvinoambos requereram que as mulheres usassem véu no culto público.1 Entre os comentaristas à Bíblia que defendem o véu durante culto público destacamos, entre um vasto universo, John Gill, Charles Spurgeon, John Wesley, Matthew Henry, A. R. Fausset, A. T. Robertson, William Barclay, John Murray, G. G. Findlay, M. R. Vincent, Harry A. Ironside e Charles Caldwell Ryrie. Na verdade, até o século XX não houve nenhum teólogo reformado que ensinasse contra as mulheres cobrirem a cabeça em culto público.

Se ainda não o fez, não deixe de dar uma olhadela às coberturas que as mulheres Cristãs usaram ao longo dos séculos em The Christian Woman’s Head Covering Through the Centuries.

Somos ainda do tempo em que na Igreja Católica Romana as mulheres casadas usavam véu preto e as solteiras véu branco. Até os católicos, com todos os seus desvios e abusos na Idade Média, foram obedientes no uso do véu.

A rainha Vitória, de Inglaterra, uma crente fiel exemplar, quando um dia um grupo coral cantava o célebre hino “Coroai-O”, ergueu-se, tirou a coroa real da sua cabeça e colocou-as aos seus pés, atribuindo desse modo toda a glória ao seu Salvador. Esta mesma rainha teve uma outra atitude na sua vida que ainda admiramos mais: decidiu usar (e usava) o véu; casou-se, por exemplo, com véu – acessório proibido a uma rainha na época.

Ora, sabermos que houve uma rainha que usou o véu, não podendo, e que agora há mulheres que o não usam, podendo, humilha-nos.

É deveras lastimável que nos tempos modernos quase todas as igrejas tenham desprezado este ensino.

Como ontem, o Senhor diz-lhes hoje:

“Voltai, ó filhos rebeldes, eu curarei as vossas rebeliões” (Jer. 3:22a).


Oh, que como também ontem, o Senhor ouça:


“Eis-nos aqui, vimos a Ti; porque Tu és o Senhor nosso Deus” (Jer. 3:22b).


A nossa oração é simples, mas pungente: “… renova os nossos dias como dantes” (Cant. Sal. 5:21).

Atentemos agora para o ensino de 1 Coríntios 11.

O ensino sobre o véu em 1 Coríntios 11
     Nas Escrituras a apresentação da verdade do véu feminino começa com o seguinte texto: 
     “Sede meus imitadores, como também eu de Cristo.
 
     “E louvo-vos irmãos, porque em tudo vos lembrais de mim, e RETENDES OS PRECEITOS COMO VO-LOS ENTREGUEI
 
     “Mas QUERO QUE SAIBAIS …” (1 Cor. 11:1,2,3).
 
 
Uma nova doutrina para uma nova dispensação
 
     O termo “preceitos” significa, regras, normas ou doutrina.
 
     A palavra Grega traduzida aqui por “preceitos” é paradosis. O Exegético de W. E. Vine apresenta o seu significado como sendo "legado".
 
     De facto, a doutrina, ou ensinamentos de Paulo, são o seu legado à Igreja, ou no dizer de Paulo a Timóteo, “o bom depósito” (2 Tim. 1:14; 1 Tim. 6:20) da Igreja, o Corpo de Cristo. Ele entregou-nos o que o Senhor lhe revelou, “Se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus, que PARA CONVOSCO me foi DADA” (Efé. 3:2). À medida que Paulo ia recebendo do Senhor as revelações da doutrina para a Igreja, ele entregava-a aos crentes. 
 
     Já mostramos em artigos anteriores que Paulo recebeu uma série de VÁRIAS REVELAÇÕES (Atos 22:14; 26:16; 2 Cor. 12:1,7)  - não uma revelação única, de uma vez - até ao final do Livro dos Atos (Atos 28:28), quando Deus pôs definitivamente de parte a nação de Israel, e a revelação da doutrina para a Igreja ficou finalmente concluída. 
 
     Como a carta aos Coríntios foi escrita durante o período intermédio dos Atos é natural vermos que Paulo já tenha ENTREGUE alguns preceitos que recebera do Senhor. Mas por ainda se encontrar em fase de receber do Senhor mais revelações, é natural vê-lo agora, consequentemente, com mais PRECEITOS para ENTREGAR.
 
     É por isso que ele diz, “QUERO QUE SAIBAIS …” (ver.3). Ele iria dar-lhes mais um preceito, neste caso, sobre a verdade do Véu feminino, ou mais rigorosamente, como veremos mais adiante, sobre a Glória de Deus na Igreja, razão pela qual o véu se tornaria necessário.
 
     Ao elogiá-los por terem retido os preceitos como ele os havia entregue, Paulo está como que a encorajá-los a continuarem no mesmo espírito relativamente à nova doutrina, ou preceito, que ele lhes iria entregar e que incluía o véu feminino. Ele esperava que relativamente à verdade do véu eles a retivessem como ele a legaria.
 
     O Véu feminino é, portanto, uma das verdades reveladas pelo Senhor glorificado ao Apóstolo Paulo como parte do ensino para a Igreja, o Corpo de Cristo. O ensino que Paulo apresentou sobre o véu feminino é algo absolutamente NOVO. Não fazia parte da tradição Judaica , tratando-se de puro Cristianismo genuíno. Os “preceitos” atrás referidos são, pois, exclusivamente Paulinos.
 
     De acordo com o contexto, “Sede meus imitadores, como também eu de Cristo”, significa imitar, ou seguir, na doutrina e não na conduta; significa que os Coríntios deveriam continuar a reter os preceitos exatamente como Paulo lhes entregara, pois estes tinham sido recebidos do Senhor exatamente como ele lhos entregara. Os preceitos deveriam ser experimentados por decalque, por imitação, para não serem deturpados, corrompidos, modificados.
 
     A terminologia usada por Paulo reforça o que afirmamos.
 
     “Sede meus imitadores, como também eu de Cristo”. Paulo não diz, “… como também eu de JESUS, mas “… como também eu de CRISTO
 
     JESUS foi o nome que Deus deu ao nosso Senhor, pelo qual Ele foi conhecido na Terra. Em Atos 2:36, quando o nosso Senhor ressuscitou, lemos que Deus O fez “SENHOR E CRISTO”. Paulo nunca O conheceu na Terra como JESUS. Foi como SENHOR E CRISTO, exaltado acima de tudo, que Paulo o conheceu e seguiu, quando por revelação direta o Senhor lhe confiou a gloriosa “dispensação da graça de Deus … o mistério manifestado pela revelação”, o “mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifesto aos seus santos” (Efé. 3:2,3;  Col. 1:26) em preceitos, ensinamentos, doutrina. 
 
     Paulo não recebeu doutrina de Jesus na Terra, mas de Cristo no Céu, glorificado.
 
     É importante aqui relembrar que a DOUTRINA, a posição, a conduta e o destino da Igreja estão exclusivamente nos escritos de Paulo.
 
     A Palavra de Deus mostra, pois, claramente em 1 Coríntios 11 que a doutrina da cobertura da cabeça nas mulheres, o véu feminino, faz parte da revelação do mistério que foi dado ao Apóstolo Paulo. É Paulo, nesta sua carta, que pela primeira vez revela ao mundo a verdade da cobertura da cabeça e os seus propósito e significado. Nunca alguém antes referira, e muito menos ensinara, esta verdade.
 
     Mais adiante, neste mesmo capítulo, Paulo aborda um dos preceitos que tinha já sido entregue por ele aos crentes Coríntios - a verdade sobre Ceia do Senhor para o Corpo de Cristo: “Porque eu RECEBI DO SENHOR O QUE TAMBÉM VOS ENSINEI: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão …” (1 Cor. 11:23).

 A verdade que Paulo recebeu do Senhor sobre a Ceia também é inteiramente nova e diferente. A verdade da ceia do Senhor que Jesus instituíra no Seu ministério terreno só contemplava a verdade do corpo físico de Cristo, não a verdade do Corpo místico de Cristo que Paulo recebeu. As verdades da “comunhão do sangue” e “comunhão do corpo”, da unidade do corpo – “um só pão e um só corpo” -, da “mesa do Senhor”, do anúncio da morte do Senhor e do Arrebatamento são verdades exclusivamente Paulinas que foram reveladas da glória pelo Senhor a Paulo e que o Senhor quando estava na Terra nunca revelou. 
 
     As verdades do “véu“ e da “Ceia do Senhor” fazem parte, pois, dos preceitos que Paulo recebeu e nos legou – fazem parte do “bom depósito” que devemos guardar (2 Tim. 1:14; 1 Tim. 6:20).
 
     Se formos imitadores de Paulo como ele foi de Cristo, reteremos por decalque os preceitos como nos foram entregues.
 
     Por conseguinte, o ensino do véu e verdades associadas fazem parte da doutrina para a Igreja, sendo um ensino absolutamente novo, antes desconhecido de todos os crentes, pois foi revelado pelo Senhor em primeira mão a Paulo e depois a toda a Igreja por seu intermédio.
 
     A verdade do véu feminino não se trata de uma verdade que estivesse em vigor e que entretanto foi abolida por uma mudança dispensacional qualquer. Pelo contrário, trata-se de uma NOVA verdade que passou a vigorar com a introdução de uma NOVA dispensação - a dispensação da graça de Deus -, e que portanto será vigente enquanto esta presente dispensação durar – até ao Arrebatamento da Igreja.
 
     Aqueles que pensavam que quando Paulo se dirigiu a Jerusalém foi receber instruções dos Doze apóstolos, e especialmente de Pedro Tiago e João, ou certificar-se de que o que ele andava a pregar estava de acordo com o que eles pregavam (Gálatas 2:1-10), talvez agora consigam finalmente perceber e ver que Paulo foi-lhes expor e comunicar o que eles ignoravam, que Paulo conhecia algo que eles desconheciam e precisavam de conhecer – “o Evangelho” que ele pregava entre os Gentios, o “Evangelho da Graça de Deus”. Estes “preceitos” do véu e da Ceia do Senhor são um exemplo típico de que o ministério do Apóstolo Paulo era claramente distinto do ministério dos Doze Apóstolos. Foi Paulo que recebeu estas verdades e foi através dele que todos as puderam conhecer. Pena é que a maioria da Igreja não esteja a reter estes preceitos como ele os entregou.
 

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1 John Knox, "The first blast of the trumpet against the monstruous regiment of women", Works of John Knox, David Laing, ed. (Edinburgh: Printed for the Bannatyne Club), IV:377[non-primary source needed].

Seth Skolnitsky, trans., Men, Women and Order in the Church: Three Sermons by John Calvin (Dallas, TX: Presbyterian Heritage Publications, 1992), pp. 12,13.[non-primary source needed].

Commentary on 1 Corinthians 11:2-16 (and related passages)[self-published source?] Epistle to the Corinthians, H. A. Ironside, 1938, pp. 323-340.

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