Os mandingos são um dos maiores grupos étnicos da África Ocidental, com uma população estimada em 11 milhões. Originários do atual Mali, os mandingos ganharam a sua independência de impérios anteriores no século XIII. Migraram para oeste a partir do rio Níger à procura de melhores terras agrícolas e de mais oportunidades de conquista.
Através de uma série de conflitos, metade da população mandingo converteu-se ao islamismo. Hoje, cerca de 99% dos mandingos em África são muçulmanos, com algumas pequenas comunidades cristãs.
Durante os séculos XVI, XVII e XVIII, cerca de um terço da população mandinga foi embarcada para a América como escravos, após a captura em conflitos.
Mandinga no Brasil Colonial era a designação de um grupo étnico de origem africana, praticante do islamismo, possuidor do hábito de carregar junto ao peito, pendurado em um cordão, pequeno pedaço de couro com inscrições de trechos do Alcorão, que negros de outras etnias denominavam patuá.
Por serem mais instruídos que outros grupos e conhecerem a escrita, eram geralmente escolhidos para exercer funções de confiança. Costumavam usar turbantes, sob os quais normalmente mantinham seus cabelos espichados. Diversos negros de outras etnias, quando fugiam, também espichavam o cabelo e usavam o patuá em um cordão junto ao peito, porém sem as inscrições, para tentar disfarçar o fato de não serem livres. Mas os mandinga tinham o costume de se reconhecer mutuamente recitando trechos do Alcorão uns para os outros. Caso o negro interpelado não recitasse o trecho correto, o capitão do mato de etnia mandinga, capturaria o fugitivo imediatamente.
No contexto da capoeira, mandinga representa a habilidade do capoeirista em surpreender (enganar) o oponente, como uma espécie de “malícia de jogo”. Esta “esperteza” é muito apreciada e consta na letra de diversas canções. Em alguns casos o conceito pode apresentar um sentindo mais amplo envolvendo igualmente uma maior desenvoltura do capoeirista durante jogo, com movimentos mais audaciosos na ginga, golpes e esquivas.
Fonte: Bichodacapoeira
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