Louvado seja Allah, o Senhor do
Universo. Presto testemunho de que não há outra divindade além de Allah, Único, sem parceiros,
e presto testemunho de que Mohammad é Seu servo e Mensageiro.
Que Allah abençoe e conceda paz ao
nosso Profeta, aos seus familiares e aos seus companheiros. Amém.
Aqueles que acusam o Islam de ser a
religião da violência, que se espalhou pela espada, estão redondamente errados
porque ignoram o Islam e desconhecem a sua luz.
Hoje vamos falar da conduta do
Islam na guerra, e porque foi instituída a guerra. O Islam é a religião da orientação
para a humanidade. A alegria dos muçulmanos se completa quando alguém se orienta
para a luz do Islam. O Rassulullah (S) disse: “Se Allah orientar por seu intermédio
uma só pessoa é melhor para si do que o mundo e o que há nele.”
Quem analisa o Alcorão Sagrado
descobre que a palavra “guerra” aparecem apenas seis vezes, enquanto a
palavra “paz” e seus derivados aparecem mais de 130 vezes. Isso quer dizer que o
princípio nas relações entre os muçulmanos e os não muçulmanos é a paz. A
guerra é uma situação excepcional para a defesa da religião, o auxílio ao injustiçado e o
estabelecimento da justiça. A permissão do combate aparece nas palavras de Allah, exaltado
seja: “Ele permitiu (o combate) aos que foram atacados; em
verdade, Allah é Poderoso para socorrê-los. São aqueles que foram expulsos
injustamente dos seus lares, só porque disseram: Nosso Senhor é Allah!” (22:39-40). Essa permissão foi dada
a quem foi injustiçado e foi expulso de seu lar. É seu dever, com base nas religiões e
nos códigos defender-se. Outro versículo diz:
“Combatei, pela causa de Allah,
aqueles que vos combatem; porém, não pratiqueis agressão, porque
Allah não estima os agressores.” (2:190). O combate especificado é o de enfrentar a agressão ao
muçulmano ou à sua pátria. Apesar disso, Allah diz “não pratiqueis
agressão”,
ou seja, o enfrentamento à agressão deve permanecer dentro dos limites da conduta islâmica.
Qual é a conduta ética do Islam
durante o combate?
1. O muçulmano não trai o inimigo.
Ele o avisa que vai combatê-lo. Allah, exaltado seja, diz: “E se
suspeitas da traição de um povo, rompe o teu pacto do mesmo
modo, porque Allah não estima os traidores.” (8:58).
Esse princípio não existe em
qualquer outro código. Isso demonstra o excelência de conduta que o Islam
prega.
2. Durante a guerra, o Islam
estabeleceu uma regra rígida e ética sem igual nas outras leis. Buraida disse que
o Rassulullah (S) quando nomeava um comandante do exército ou expedição
aconselhava-o e aos muçulmanos que estivessem com ele a temerem a
Allah. Então, dizia: “Sai em nome de Allah e pela causa de Allah.
Combate quem nega a Allah. Não deve exagerar, trair, esquartejar nem
matar crianças, mulheres, idosos ou quem não estivesse empunhando armas. Se
deparar com os inimigos dentre os politeístas, oferece-lhes três
condições. Aceite aquela que escolherem e deixe-os livres. Convoque-os para o
Islam, se atenderem, aceite isso deles. Convoque-nos para mudarem de
sua situação para a situação dos migrantes. Se rejeitarem, avise-nos
que serão como os beduínos muçulmanos, não terão participação
nos espólios a não ser que lutem com os muçulmanos. Se rejeitarem,
impõe-lhes a jizia (taxa de proteção). Se atenderem, aceite isso deles. Se
rejeitarem, peça a ajuda de Allah contra eles e combate-os. Se cercarem
algum povo e invocarem lhe a proteção de Allah e de Seu Profeta, não
aceite, mas utilize a sua proteção. Se você violar a sua proteção é mais fácil
do que violar a proteção de Allah. Se pedirem para julgá-los de acordo
com a sentença de Allah, não aceite.
Utilize a sua sentença. Você não sabe
se vão aplicar a sentença de Allah ou não.” (Tradição narrada por Musslim).
Esta é a segunda etapa que abrange
alguns aspectos. Primeiro deve-se convidar o inimigo a aceitar uma de três
condições:
1) aceitarem o Islam e serão irmãos dos muçulmanos.
2) sejam cidadãos
dentro do círculo islâmico, permanecendo com suas crenças sem participarem dos
espólios por não prestarem serviço militar.
3) combatê-los. Se a luta for travada o Islam
proíbe a matança de crianças, mulheres, idosos, matança de animais, destruição de
plantações e de árvores, e a conservação do meio ambiente.
3. O Islam estabeleceu o bom
tratamento aos prisioneiros, de forma humana e generosa, O Profeta (S)
aprisionou os politeístas na Batalha de Badr.
Eles foram tão bem tratados que os
companheiros dividiam o alimento com eles. Allah, exaltado seja,
disse: “E porque, por amor a Ele (Allah), alimentam
o necessitado, o órfão e o cativo.” (76:8). A tortura ao prisioneiro para se obter
algumas informações não existe na lei islâmica. O Imam Málik (que Allah
esteja satisfeito com ele) foi perguntado: “Deve o prisioneiro ser
torturado para revelar a fraqueza do inimigo?” Respondeu: “Nunca ouvi
falar disso.”
4. Cumprir os tratados. Se houver
um tratado entre os muçulmanos e os inimigos, é dever do muçulmano
cumprir o tratado e não o quebrar. Se houver trégua ela deve ser
respeitada. Allah, exaltado seja, disse: “Ó crentes, cumpri
com as vossas obrigações.” (5:1). O Profeta (S) disse: Cada traidor carregará uma bandeira
no Dia da Ressurreição. Será dito: “Este traiu fulano.” (Tradição
narrada por Bukhári e Musslim).
5. A ação durante as guerras atuais
e a civilização moderna mostram que morreram milhões de combatentes. É
suficiente sabermos que a guerra religiosa entre católicos e
protestantes na Europa matou 40% aproximadamente dos habitantes –
estatística de 1694-1778, enquanto o número dos mortos em todas as
expedições do Profeta (S) foi de 386 pessoas entre muçulmanos e
incrédulos.
6. O esplendor do Islam é
representado pelo Alcorão Sagrado, aquela luz revelada. Se o compararmos com o
que consta no Velho Testamento, verificamos que há textos a
respeito da matança de crianças e mulheres e até de grávidas, infelizmente. No
capítulo de Josué 6:21, lemos: “E tudo quanto na cidade havia, destruíram
totalmente ao fio da espada, desde o homem até à mulher, desde o menino
até ao velho, e até ao boi e gado miúdo, e ao jumento.”
Em Isaías 13:16, lemos: “E suas
crianças serão despedaçadas perante os seus olhos; as suas casas serão
saqueadas e as suas mulheres violadas.”
Em Oséias, 13:16, lemos: “Samaria
virá a ser deserta, porque se rebelou contra o seu Deus: cairão à espada, seus
filhos serão despedaçados, e as suas mulheres grávidas serão abertas pelo meio.”
Que diferença da luz e da grandeza
do Islam! Louvamos a Allah pela graça do Islam. Devemos convocar para a
nossa religião em todo lugar, pois é o salvador da humanidade, que estabelece a
justiça, o amor e a tolerância entre as pessoas. Peço a Allah que abençoe a todos.
20 de Jumada I 1430 – 15/05/2009
Sheikh Khaled Taky El Din
www.takydin.net
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