quinta-feira, 22 de outubro de 2015

A conduta dos Muçulmanos na Guerra

Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso

Louvado seja Allah, o Senhor do Universo. Presto testemunho de que não há outra divindade além de Allah, Único, sem parceiros, e presto testemunho de que Mohammad é Seu servo e Mensageiro.

Que Allah abençoe e conceda paz ao nosso Profeta, aos seus familiares e aos seus companheiros. Amém.

Aqueles que acusam o Islam de ser a religião da violência, que se espalhou pela espada, estão redondamente errados porque ignoram o Islam e desconhecem a sua luz.

Hoje vamos falar da conduta do Islam na guerra, e porque foi instituída a guerra. O Islam é a religião da orientação para a humanidade. A alegria dos muçulmanos se completa quando alguém se orienta para a luz do Islam. O Rassulullah (S) disse: “Se Allah orientar por seu intermédio uma só pessoa é melhor para si do que o mundo e o que há nele.”

Quem analisa o Alcorão Sagrado descobre que a palavra “guerra” aparecem apenas seis vezes, enquanto a palavra “paz” e seus derivados aparecem mais de 130 vezes. Isso quer dizer que o princípio nas relações entre os muçulmanos e os não muçulmanos é a paz. A guerra é uma situação excepcional para a defesa da religião, o auxílio ao injustiçado e o estabelecimento da justiça. A permissão do combate aparece nas palavras de Allah, exaltado seja: Ele permitiu (o combate) aos que foram atacados; em verdade, Allah é Poderoso para socorrê-los. São aqueles que foram expulsos injustamente dos seus lares, só porque disseram: Nosso Senhor é Allah!” (22:39-40). Essa permissão foi dada a quem foi injustiçado e foi expulso de seu lar. É seu dever, com base nas religiões e nos códigos defender-se. Outro versículo diz:

“Combatei, pela causa de Allah, aqueles que vos combatem; porém, não pratiqueis agressão, porque Allah não estima os agressores.” (2:190). O combate especificado é o de enfrentar a agressão ao muçulmano ou à sua pátria. Apesar disso, Allah diz não pratiqueis agressão”, ou seja, o enfrentamento à agressão deve permanecer dentro dos limites da conduta islâmica.

Qual é a conduta ética do Islam durante o combate?

1. O muçulmano não trai o inimigo. Ele o avisa que vai combatê-lo. Allah, exaltado seja, diz: E se suspeitas da traição de um povo, rompe o teu pacto do mesmo modo, porque Allah não estima os traidores.” (8:58).

Esse princípio não existe em qualquer outro código. Isso demonstra o excelência de conduta que o Islam prega.

2. Durante a guerra, o Islam estabeleceu uma regra rígida e ética sem igual nas outras leis. Buraida disse que o Rassulullah (S) quando nomeava um comandante do exército ou expedição aconselhava-o e aos muçulmanos que estivessem com ele a temerem a Allah. Então, dizia: “Sai em nome de Allah e pela causa de Allah. Combate quem nega a Allah. Não deve exagerar, trair, esquartejar nem matar crianças, mulheres, idosos ou quem não estivesse empunhando armas. Se deparar com os inimigos dentre os politeístas, oferece-lhes três condições. Aceite aquela que escolherem e deixe-os livres. Convoque-os para o Islam, se atenderem, aceite isso deles. Convoque-nos para mudarem de sua situação para a situação dos migrantes. Se rejeitarem, avise-nos que serão como os beduínos muçulmanos, não terão participação nos espólios a não ser que lutem com os muçulmanos. Se rejeitarem, impõe-lhes a jizia (taxa de proteção). Se atenderem, aceite isso deles. Se rejeitarem, peça a ajuda de Allah contra eles e combate-os. Se cercarem algum povo e invocarem lhe a proteção de Allah e de Seu Profeta, não aceite, mas utilize a sua proteção. Se você violar a sua proteção é mais fácil do que violar a proteção de Allah. Se pedirem para julgá-los de acordo com a sentença de Allah, não aceite.

Utilize a sua sentença. Você não sabe se vão aplicar a sentença de Allah ou não.” (Tradição narrada por Musslim).

Esta é a segunda etapa que abrange alguns aspectos. Primeiro deve-se convidar o inimigo a aceitar uma de três condições:

1) aceitarem o Islam e serão irmãos dos muçulmanos. 
2) sejam cidadãos dentro do círculo islâmico, permanecendo com suas crenças sem participarem dos espólios por não prestarem serviço militar. 
3) combatê-los. Se a luta for travada o Islam proíbe a matança de crianças, mulheres, idosos, matança de animais, destruição de plantações e de árvores, e a conservação do meio ambiente.

3. O Islam estabeleceu o bom tratamento aos prisioneiros, de forma humana e generosa, O Profeta (S) aprisionou os politeístas na Batalha de Badr.

Eles foram tão bem tratados que os companheiros dividiam o alimento com eles. Allah, exaltado seja, disse:E porque, por amor a Ele (Allah), alimentam o necessitado, o órfão e o cativo.” (76:8). A tortura ao prisioneiro para se obter algumas informações não existe na lei islâmica. O Imam Málik (que Allah esteja satisfeito com ele) foi perguntado: “Deve o prisioneiro ser torturado para revelar a fraqueza do inimigo?” Respondeu: “Nunca ouvi falar disso.”

4. Cumprir os tratados. Se houver um tratado entre os muçulmanos e os inimigos, é dever do muçulmano cumprir o tratado e não o quebrar. Se houver trégua ela deve ser respeitada. Allah, exaltado seja, disse: Ó crentes, cumpri com as vossas obrigações.” (5:1). O Profeta (S) disse: Cada traidor carregará uma bandeira no Dia da Ressurreição. Será dito: “Este traiu fulano.” (Tradição narrada por Bukhári e Musslim).

5. A ação durante as guerras atuais e a civilização moderna mostram que morreram milhões de combatentes. É suficiente sabermos que a guerra religiosa entre católicos e protestantes na Europa matou 40% aproximadamente dos habitantes – estatística de 1694-1778, enquanto o número dos mortos em todas as expedições do Profeta (S) foi de 386 pessoas entre muçulmanos e incrédulos.

6. O esplendor do Islam é representado pelo Alcorão Sagrado, aquela luz revelada. Se o compararmos com o que consta no Velho Testamento, verificamos que há textos a respeito da matança de crianças e mulheres e até de grávidas, infelizmente. No capítulo de Josué 6:21, lemos: “E tudo quanto na cidade havia, destruíram totalmente ao fio da espada, desde o homem até à mulher, desde o menino até ao velho, e até ao boi e gado miúdo, e ao jumento.”

Em Isaías 13:16, lemos: “E suas crianças serão despedaçadas perante os seus olhos; as suas casas serão saqueadas e as suas mulheres violadas.”

Em Oséias, 13:16, lemos: “Samaria virá a ser deserta, porque se rebelou contra o seu Deus: cairão à espada, seus filhos serão despedaçados, e as suas mulheres grávidas serão abertas pelo meio.”

Que diferença da luz e da grandeza do Islam! Louvamos a Allah pela graça do Islam. Devemos convocar para a nossa religião em todo lugar, pois é o salvador da humanidade, que estabelece a justiça, o amor e a tolerância entre as pessoas. Peço a Allah que abençoe a todos.


 20 de Jumada I 1430 – 15/05/2009
Sheikh Khaled Taky El Din
www.takydin.net

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